domingo, junho 28, 2009

e o Rio de Janeiro continua sendo...



Só percebi que estava de volta á BH quando o onibus ja estava á 5 minutos da rodoviária.
Havia adormecido com um livro na mão nas ultima hora de estrada.
Olhei bem pela janela, a capital mineira estava submersa a um céu pálido, dia claro, porém nublado, e as ruas pouco convidativas. Minha ciade nunca me parecera tão indiferente ao me ver.
Eu não queria sair do ônibus. Fiquei analisando vagamente as diferenças entre as minhas duas cidades favoritas, e o fato é que quando sexta entrei no mesmo ônibus para ir ao Rio de Janeiro, não conseguia nem dormir na viagem de tanta excitação e pensamentos a mil por hora na cabeça. Até tentei dormir, pra ver se as seis horas de viagem passariam mais rápido, mas foi inútil.
Envolta por pensamentos e reflexões que não me fariam chegar a lugar algum, confortável e quentinha nas minhas duas poltronas foi inevitável não dormir na viagem de volta a Belo Horizonte.
Ao chegarmos ao centro de BH, ali pela avenida do Contorno, o onibus permbulava devagar por causa do transito intenso daquele horario. Abrindo os olhos, acordando do sono pesado ao qual eu havia entrado e ainda cansada das 6 horas de viagem, lentamente fui percebendo os taxis que já não eram mais amarelos. Não haviam mais tantos predios enorme e apartamentos. Os pães de açucar do Rio de Janeiro se transformaram em belos horizontes. As blusas horrorosas do flamengo, haviam sido substituídas por blusas igualmente horríveis do cruzeiro. As mulheres voltaram a ser mais simples, de belezas recatadas, bem vestidas, que mesmo cobertas nao deixavam de dispersar olhares, diferentemente das cariocas que de lá só exibiam seus pecados públicos, o corpo sarado, coxas, cabelos, seios e olhos repleamtos de segundas intençoes. Os bares de fim de tarde tocavam sertanejo, com mineiros que acompanhavam suas letras musicais por entre uma xicara de café e um pão de queijo.
Minha cidade não apresentava mais os perigos do Rio, tinha um ar tranquilo de fim de tarde belo horizontina, eu assistia áquilo tudo pela janela do meu ônibus, como se fosse um documentário da TV.
e meu coraçao voltava a ser sozinho...

de volta a minha cidade que podia até não ser "maravilhosa", ou ter um cristo redentor a me observar, mas que tinha um lugar especial bem grande reservado no meu coraçao, isso tinha.
Uma cidade que só não me tem por completa devido as enormes correntes e obrigaçoes que me prendem á ela, não me deixando escolha a não ser fugir e o mais rápido que eu puder.
Essa cidade, que apesar de não ter mar, pra mim sempre foi perfeita, e eu nunca me mudaria se esta nao me tirasse a vontade de viver aqui por nao me oferecer a liberdade que eu tanto mereço e sem a qual nao sobrevivo. Por fazer pesar no meus ombros os piores sentimentos e acontecimentos da minha vida, uma cidade que já não perdoa mais o meu passado.
Essa cidade que apesar de ter tanta gente diferente e interessante, nao me faz meu coraçao bater forte por ninguem, a nao ser por um carioca pelo qual eu havia acabado de me despedir.
E até nisso o Rio tinha de melhor!
ao lembrar do rosto de menininho dele ao acordar me chamando de princesa, dos beijinhos como peixinhos a nadar no mar, do meu aprendiz de forró, dos pedalinhos na lagoa Rodrigo de Freitas, das nossas desavenças de Ipanema e das mãos dadas no cinema.
Comecei entao as inexplicáveis saudades de sempre, que só vao acabar quando nos vermos de novo para entao começar novamente na rotina de nos despedirmos sempre.
E eu juro que se depender de mim essa rotina acaba logo.