Maysa
O que
O que que eu estou procurando
No vago aflita olhando
De canto em canto buscando
O que
De noite a lua assiste
Que eu fico ainda mais triste
E saio pra rua andando
Procurando mas o que
Talvez se um dia eu achasse
O mundo depressa tirasse
E eu não conseguisse nem ver
Mas o que
Que eu estou procurando
No vago aflita olhando
De canto em canto buscando
O que?
sabe, eu acho que sofro de uma doença de não-saber-quem-sou.
alguns sintomas dessa doença são:
não-saber-o-que-quero
não-saber-onde-vou
não-saber-o-que-fazer-da-vida
não-saber-o-que-fazer-pra-vestibular
não-saber-o-que-vou fazer amanhã
é simplesmente assim. eu queria poder dizer pra todos sem pestanejar que eu sou uma pessoa decidida na vida, uma pessoa confiante em tudo que faz, uma pessoa bem planejada and all that stuff.
mas eu não sou assim, nunca fui.
desde pequena eu sou uma pessoa que muda de ideias da noite pro dia.
eu me lembro bem quando eu queria ser astronauta. era completamente apaixonada pela lua (piradinha) e ao invés de brincar com as minhas milhares de bonecas, eu ficava observando a lua da rede da minha casa como se um belo dia eu fosse pisar nela eventualmente.
lembro então que decidi ser artista plástica. eu queria ter puxado o talento do meu avô pra fazer as coisas maravilhosas que ele fazia enquanto era vivo. ganhei um cavalete e pintava coisas horrendas todos os dias que meus pais achavam verdadeiras obras de Picasso.
então decidi ser atriz.
(não me entendam mal, quando se é criança a gente sempre tem esses desejos fantasiosos de profissões incomuns... acontece que eu realmente me apaixonei pelo teatro).
era tudo. eu queria participar de peças e eu participei de varias. eu estudei teatro, pegava livros nas bibliotecas, fiz aulas numa escola e participei sim de algumas peças. ate que um belo dia meus pais me tiraram tudo isso... acho que eles perceberam que isso nunca me daria dinheiro na vida e me fizeram colocar ideias mais importantes na cabeça do que arte e teatro.
what big mistake huh?
tudo isso mudou afetou a minha personalidade.
enfiei na cabeça então que eu deveria fazer Direito na faculdade. e até hoje eu nao entendi bem o porque e nem da onde veio essa ideia. eu simplesmente queria ser advogado e pronto. (ou será que queria mesmo?)
chega a certa idade na vida que vc eh acordado com um balde de agua fria:
-ei garota! a vida não é assim não! tudo custa uma certa quantia de dinheiro. e para se conseguir este dinheiro você tem de trabalhar. e para ter um bom trabalho vc precisa de estudar. e estudar muito!
pirei.
comecei a pensar que talvez Direito não fosse o que eu realmente queria.... e que isso na verdade era o que o meu PAI queria.
considerei Relações Internacionais um bom curso pra mim e atualmente é o que eu pretendo fazer.
mas é claro que como no inicio desse post eu já havia explicado que sou uma pessoa bem indecisa e sem confiança... eu comecei a perceber que talvez eu devesse seguir os conselhos que meus professores e pessoas que me conheceram BEM a vida inteira me deram e fazer um só curso: Jornalismo.
well..
de astronauta eu fui a atriz e até virei jornalista.
se dependesse de mim, eu ja teria rodado esse mundo todo umas 7 vezes ida e volta.
mas a vida não é bem assim né?
hoje me peguei pensando... eu nunca sou verdadeira comigo mesma e as vezes eu acho que até consigo me enganar.
quem lê esse blog frequentemente (raras e loucas pessoas doidas sem o que fazer) deve ter percebido que eu sou mesmo um pessoa super indecisa.
é sempre assim. não sei se vou ou se fico. se gosto de quente ou frio. se subo ou desço. se viro astronauta ou jornalista. se eu amo ou se odeio uma pessoa.
enfim, sofro mesmo dessa doença. e acho que sempre vou sofrer até que o dia que eu finalmente ache algo que eu ame com todo o meu coração e confie nisso.
posso parecer uma pessoa ingrata e infeliz. mas longe disso...
o que acontece é que as vezes eu olho pras coisas ao meu redor e me pergunto "o que é que eu to fazendo aqui??". eu começo a pensar que o que eu tenho não é o suficiente. eu começo a querer mais... muito MAIS.
eu queria principalmente o mundo. só isso e mais nada.
acho que hoje o meu maior desejo seria poder rodar o globo inteiro. viajar. conhecer. viver. fotografar. dançar. dançar. dançar.
as vezes eu imagino que a minha vida é mesmo uma merda que não vai mudar se eu continuar aqui e não fazer nada.
e olha que a minha vida não é tão ruim assim.
como eu disse... longe de mim ser ingrata e infeliz. eu apenas não tenho a vida que eu queria ter de vez enquando (e eu não sou a única que anseia por coisas maiores na vida, por isso NÃO me incriminem) e sei que pra conseguir as coisas que eu quero, eu preciso estudar e trabalhar muito.
o desespero é quando eu descubro que ATÉ HOJE eu não sei realmente o que quero fazer da vida e, meu bem, já passou da hora.
de vez enquando a gente tem um surto desses...
as 10h de uma quarta a noite. olhando o orkut e os facebooks das pessoas que estão longe.
a internet eh FODA. ela é realmente a causa da minha doença.
por causa dela eu acabo conhecendo o mundo todo pela cadeira do meu computador e isso me causa tamanha angustia por não poder sentir, tocar, e cheirar esses lugares.
por causa da internet, eu mudo de opinião de uma hora pra outra. por causa dela, as vezes eu olha pra vid das outras pessoas e me sinto incrivelmente e depressivamente sozinha... começo a imaginar se não seria bem melhor eu curtir, não a minha solidão, mas a minha própria presença, bem longe.
até lá, acho que vou parar de fuçar orkuts, facebooks, myspaces, iqons, flickrs e blogs.
e um dia eu me livro desse vicio da internet... ou até lá eu já morri da minha doença.
ah... se tiverem uma boa dica de quem eu sou, ou do que eu quero fazer da vida. email-me.
buh bye.